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Mudando a Cultura de Tabelão para Modelo de Dados no Power BI

Fala galera, tudo bem? Resolvi escrever sobre este assunto que considero de extrema importância no mundo de BI: cultura de dados e modelagem de dados.

Nesta última terça-feira, 18/02/20, eu realizei uma Live no meu canal do YouTube falando sobre este tema, e um dia antes, na segunda, eu enviei um áudio de mais de 10 minutos (um podcast na verdade) no nosso Canal do Telegram falando o que penso sobre o assunto.

Eu resolvi, neste artigo, transcrever este podcast porque considero este tema realmente muito importante e que tem sido um dos gargalos para o engajamento e a continuação de projetos de BI em diversas empresas.

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Então, sem mais enrolação, vamos à transcrição do áudio com minhas opiniões sobre o assunto:

O Power BI, como vocês devem saber, é uma ferramenta de Self-Service BI da Microsoft, extremamente flexível e que é utilizada por diferentes perfis de profissionais para a criação de relatórios e dashboards. Muitos analistas de negócios utilizam o Power BI para criar relatórios da sua área e que geralmente não exigem muitos cruzamentos de dados e nem conexão com bancos de dados (atenção: eu disse geralmente, pois há muitos profissionais de negócios que constroem modelos bem complexos e avançados conectando em bancos).

Quando não precisamos cruzar diferentes informações ou diferentes sistemas, o uso do Power BI é extremamente intuitivo e tudo fica muito mais fácil quando temos uma ou duas tabelas apenas no nosso modelo. Tanto é que muitas vezes conseguimos fazer aquele baita dashboard, todo bonitão, conectando às nossas planilhas de Excel. Fica show e isso funciona muito bem no início.

Porém, pode acontecer das pessoas gostarem tanto do seu dashboard que elas começarão a pedir para você incluir mais análises, conectar em mais tabelas, fazer alguns cruzamentos extras, etc. E é aqui que o bicho começa a pegar. Precisamos agora entender de algo crucial em BI: como criar modelo de dados de forma adequada.

Nos meus treinamentos In-Company esta definitivamente é a parte que aqueles que não são de TI tem mais dificuldade. Quando explico sobre Esquema Estrela e tabelas Dimensão e Fato, eu vejo que dá um nó na cabeça da galera. Muita gente inclusive não entende inicialmente o sentido e a importância em separar aqueles tabelões do Excel em tabelas menores.

Como o Power BI é muito flexível e você pode fazer diversas coisas erradas sem saber que está errado, é importantíssimo saber como construir um bom modelo de dados se você for partir para criação de relatórios mais elaborados. O que eu tenho visto é que a maior dificuldade para se conseguir isso não está relacionado à conhecimento ou tecnologia. O maior problema está na cultura da empresa, no momento de mudar de uma empresa tradicional para se tornar se tornar uma empresa Data Driven (guiada por dados).

E isso fica muito claro pra mim quando visito uma empresa para dar treinamento e percebo que há uma falta de alinhamento e sintonia entre as áreas de negócio e a TI da empresa. Muitas vezes as áreas de negócio me contratam diretamente sem o conhecimento da TI ou sem que ela esteja participando ativamente do processo. Até mesmo porque em muitas empresas ela é vista como um canal de suporte ou como uma equipe que mantem os sistemas da empresa funcionando.

No balanço entre produtividade e controle, muitas vezes a empresa acaba optando pelo controle absoluto por parte da TI, criando uma barreira enorme para protegê-la.

Imagina você precisando criar relatórios com dados importados diretamente do banco de dados da empresa, ou então precisando de licenças do Power BI, precisando de ajuda para configurar o gateway, ajuda para governança e manutenção de grandes projetos, treinamentos, etc. Quem faria isso tudo por você com maior facilidade? Com certeza seria a equipe de TI, concorda?

Eu nem estou falando em equipe de BI neste artigo, porque isso realmente é algo raro no Brasil. Pouquíssimas empresas tem uma equipe de BI dedicada. Por isso estou me referindo sempre à TI.

Veja bem: tudo isso que estou falando não é, de forma alguma, uma crítica à TI das empresas. Até mesmo porque há projetos que tem sucesso sim sem a participação dela, principalmente em projetos isolados das áreas. O que estou falando aqui são de projetos corporativos, aqueles que você vai enviar para diretoria, presidência, acionistas, etc. Nesses casos, essa falta de um objetivo comum entre as áreas acaba afetando totalmente o andamento e o sucesso desses projetos de BI.

O equilíbrio entre agilidade e segurança é algo que as empresas devem buscar sempre, e isso só se consegue com muita conversa e colaboração entre equipes.

Uma consequência triste disso que percebo quando retorno a uma mesma empresa para dar treinamento para outra equipe, por exemplo, é ver as pessoas que eu treinei não utilizando o Power BI, continuando o uso em massa de Excel, por exemplo.

Todo aquele efeito UAU do treinamento quando eu mostro o poder do Power Query, a facilidade de criar visuais que interagem entre si, ou seja, essa lua de mel vai por água abaixo quando isso não é uma prioridade na empresa. Muitas pessoas não se sentem motivadas em mudar, em fazer esse esforço inicial de aprender e começar a usar algo novo, se não houver um suporte da empresa pra isso ou então alguém cobrando elas pra isso.

Já aquela minoria que, mesmo assim, continua firme e forte acreditando que o Power BI será bom pra elas, mesmo que a empresa não cobre ela daquilo, com certeza terão um destaque muito, mais muito maior. Eu já treinei vários profissionais que hoje são o “cara do Power BI” nas empresas, sentando até mesma na mesa do presidente de grandes empresas pra mostrar seu trabalho. E não são poucos, isso é fato e já aconteceu com vários alunos meus.

Sabe o que acontece nessas empresas quando essa minoria consegue mostrar valor por conta própria? Primeiro que ela é promovida, podendo virar líder do assunto na empresa, e, segundo, o BI vira prioridade nesta empresa. Aí a diretoria pensa: “era isso que a gente precisava, por que não fizemos isso antes? Vamos solicitar que as áreas trabalhem em conjunto com TI em mais projetos de BI aqui na empresa.”

Muitas vezes as transformações partem de gente como a gente, e não de CEOs ou Diretoria. Arrisque-se, faça diferente!

Então pra concluir, as empresas que querem mudar sua cultura e tornarem-se Data Driven como um todo, precisam antes de mais nada alinhar os objetivos internos e ter todo mundo na mesma pegada. É fácil isso? Óbvio que não, senão todas as empresas já teriam feito.

A mudança de cultura é a tarefa mais difícil nisso tudo e que vai exigir muito esforço, até mesmo porque as pessoas não gostam de mudança. E é na hora da mudança que uma minoria se destaca e sai na frente, e a maioria fica estagnada e reclamando. Qual delas você quer ser?

Pensem nisso, tenho certeza que se você adotar o Power BI como um aliado você terá excelentes recompensas. Vejo você em um próximo conteúdo!

Grande abraço,
Leo

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